O jogo que eu vi – Estados Unidos x Portugal

O Renascer das Esperanças

 

Um encontro bastante disputado até ao apito final do árbitro, onde, para início de conversa, a “Seleção das Quinas” era tida como favorita absoluta em face da sua incontestável superioridade técnica, ademais contando com o Cristiano Ronaldo, galardoado como o jogador “Melhor do Mundo”. Porém, apesar de um começo promissor – haja vista a vantagem de 1 x 0 no placar, precocemente conseguida pela Seleção Portuguesa –, isso não passou de uma ilusão visto que logo logo a realidade veio ao de cima com um meio de campo Lusitano falho, sem personalidade e sem garra, que não dava a necessária cobertura à linha defensiva, o que já acontecera contra a Alemanha, acabando por resultar em algumas perigosas jogadas de ataque por parte da Seleção Americana, criando constantes situações de perigo de gol eminente para o goleiro Beto, haja vista a postura do time português em campo, tal a constante desorganização defensiva, o que, já no segundo tempo do jogo, resultou no gol do empate e depois, a poucos minutos do final, na virada no placar para 1 x 2 por parte dos Americanos que, afinal de contas, não passa de um time tecnicamente limitada e sem grandes valores individuais, que, inclusive houvera vencido a Seleção de Gana injustamente, visto que os ganeses foram superiores e mereceriam melhor sorte, na oportunidade.

Entretanto, em resumo, analisando imparcial e friamente a formação da Seleção Portuguesa, mais uma vez se observou que Paulo Bento colocou em campo um time mal arrumado, o que denota que ele ou não tem as rédeas do grupo ou então trata-se de um verdadeiro “cabeça dura”. Ora, então vejamos: Beto, um goleiro inseguro que fez ter saudades do Rui Patrício; Os dois laterais, deficientes na marcação – esquecendo que a função principal deles é defender –, deixando verdadeiras avenidas para o adversário “deitar e rolar” em jogadas de ataque que só não resultaram em mais gols por deficiência de finalização, senão seria um resultado catastrófico para as cores portuguesas; os dois zagueiros centrais, ficaram assoberbados com dificuldades resultantes da má marcação feita pelos laterais, pelo que não se pode atribuir-lhes culpas de coisa alguma; o meio de campo, só ganhou mais segurança e qualidade com a entrada do competente William Carvalho cuja qualidade técnica e eficiência é reconhecida internacionalmente, o que só o Paulo Bento não vê, ou não quer ver, ao não o colocar em campo como titular, sendo que compete ao técnico decidir quem deverá sair para lhe dar vez; os atacantes – malgrado as oportunidades perdidas por Nani com um remate à trave esquerda e, na sequência o remate por cima do gol feito por Eder que Howard desviou por cima da baliza, quando a chance de gol era clara –, deveriam ter mais tranquilidade e precisão nos passes e tabelinhas para que pudesse haver sucesso nas finalizações. Enfim, “não se pode dar sorte para o azar” senão tudo dá errado.

Fazendo uma análise à parte sobre o rendimento de Cristiano Ronaldo, pelo seu comportamento em campo é de se pressupor que ele não se encontra em suas plenas condições físicas por causa da lesão por ele sofrida recentemente a serviço do Real Madrid, o que o deixa limitadíssimo, sendo essa a maior preocupação da representação portuguesa, mas, mesmo assim, lutou e muito para tentar concluir algumas jogadas dentro da área, com raça e coração, só que a bola sempre chegava pelo alto e em péssimas condições de aproveitamento. Porém, graças à sua visão de jogo e genialidade, só ele mesmo para proporcionar ao Varela um gol que lhe foi “entregue de bandeja”, consumando-se, dessa forma, o placar final em 2 x 2. Foi assim que, nos últimos suspiros, ou seja, nos últimos segundos do acréscimo, surgiu “o renascer das esperanças”. Mas o fato é que o time não conseguiu saber aproveitar o privilégio de dispor de semelhante trunfo e assim o impede de brilhar como o grande craque que é.

Por fim, resta esperar que a Seleção Nacional – que não depende mais só de si –, consiga surpreender deveras no jogo contra a Seleção de Gana, goleando por uma vantagem de 4 gols e torcendo para que a Seleção da Alemanha ganhe da dos Estados Unidos pela diferença de 1 gol, pelo menos. Reconheça-se que, de fato, é uma missão difícil, mas não é impossível. Enfim, haja fé! De outra forma a “malta lusitana” terá que recolher as trouxas para regressar à “Santa Terrinha”, numa melancólica viagem de regresso. Isso seria realmente uma grande pena! Aliás, isso seria uma grande perda para o próprio Mundial 2014.

 

Por Gaspar Nunes
Rio de Janeiro, 22/06/2014

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