Tragédia aérea acaba com o time da Chapecoense

Ananias e Kempes (ex-Portuguesa) estavam no voo.

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Da Redação

O avião que levava o time da Chapecoense caiu na noite de 28 de novembro, na Colômbia, com 81 pessoas a bordo, sendo 72 passageiros e nove tripulantes. Ele teria desaparecido do radar e feito um pouso forçado, devido a uma falha elétrica, em Cerro Gordo, nas proximidades da cidade de La Unión. Fontes locais dizem que a aeronave estava a apenas cinco minutos de voo do aeroporto mais próximo, mas o piloto decidiu arriscar o pouso antes.

Ele teria, inclusive, esvaziado os tanques de combustível para evitar uma explosão. O avião, que havia decolado de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, tinha como destino final o município colombiano de Medellín, onde a Chapecoense disputaria o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, amanhã à noite.

Segundo autoridades colombianas, entre os mortos do acidente aéreo com o avião da Chapecoense, há 21 jornalistas e representantes da imprensa e nove tripulantes, além dos jogadores e dirigentes esportivos. As equipes de imprensa são das emissoras Fox e Globo, além de canais de rádio de Chapecó (Santa Catarina).

Dois jogadores do elenco tinham um passado em Portugal, o atual treinador da Chape, Caio Júnior, ex-jogador do Vitória Sport Clube (de 1987 a 1992) e do Estrela da Amadora (1992 a 1994), e Rafael Bastos, quem jogou no Belenenses, no Nacional e, em 2010, no Sporting de Braga, de onde se transferiu para os romenos do Cluj, segundo divulgou o Jornal de Notícias.

Ainda, um ex-Sporting teria escapado do acidente. Marcelo Boeck, ex-jogador do Sporting, joga atualmente no Chapecoense, e pediu dispensa para este jogo. “Falei com ele há meia hora e está destroçado. Está com a família, no estádio da Chape, a acompanhar esta tragédia”, disse o empresário António Araújo, em declarações à RTP3.

Em São Paulo, a Associação Portuguesa de Desportos lamentou o acidente com a delegação da Associação Chapecoense de Futebol. “O Clube vem manifestar o seu apoio para toda a equipe da Chape, torcedores e familiares dos passageiros da tripulação do avião e também aos jornalistas que estavam presentes. Aos guerreiros alviverdes e a toda nação chapecoense, muita força e fé para superar este momento de dor”.

Dois ex-atletas da Portuguesa estavam no acidente e não sobreviveram: Kempes e Ananias, de um total de 22 jogadores da Chape que estavam no avião. Dos atletas, foi divulgado que sobreviveram apenas os goleiros Danilo (que faleceu depois do resgate, já no hospital), e Jackson Follmann, e o lateral Alan Ruschel. Todo o restante morreu na tragédia.

As vítimas do elenco são os laterais Giménez, Dener e Caramelo; os zagueiros Marcelo, Filipe Machado, Thiego e Neto (este também poderia ter sido resgatado com vida, porém as informações ainda não são precisas); os meio-campistas Josimar, Gil, Sérgio Manoel, Matheus Biteco, Cleber Santana e Arthur Maia; e os atacantes Kempes, Ananias, Lucas Gomes, Tiaguinho, Bruno Rangel e Canela.

Alguns atletas não embarcaram com a delegação, como Neném, Hyoran, Martinucico, Nivaldo, Rafael Lima e Demerson, que não vinham sendo usados pelo técnico Caio Júnior, que também faleceu. O prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, estava na lista de convidados do clube, mas não viajou.

Entre os 72 passageiros, além dos 22 jogadores, havia 18 membros da comissão técnica, oito da diretoria, três convidados, incluindo o presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto Filho, e 21 representantes da imprensa, inclusive o ex-jogador e ex-técnico Mário Sérgio Pontes de Paiva, comentarista dos canais Fox Sports.

Anac vetou voo fretado direto para Medellín

A Chapecoense teria tentado fretar um avião para fazer um voo direto para Medellín, mas não obteve autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). A direção da Chape teria planejado sair de São Paulo e fazer uma escala na Bolívia, mas o planejamento não teria sido autorizado pelo órgão regulador.

Em um comunicado, a Anac informou o motivo de ter negado o pedido: “O pedido foi negado com base no Código Brasileiro de Aeronáutica (CBAer) e na Convenção de Chicago, que trata dos acordos de serviços aéreos entre os países. O acordo com a Bolívia, país originário da companhia aérea Lamia, não prevê operações como a solicitada”, diz o comunicado.

Com a impossibilidade de fretar um avião, o elenco catarinense embarcou no aeroporto de Guarulhos nesta segunda-feira, em um voo comercial. A decolagem ocorreu às 15h15, com chegada à meia-noite (horário de Brasília). O avião da Chapecoense saiu de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, rumo a Medellín na noite desta segunda-feira.

O presidente Michel Temer decretou luto oficial de três dias pelo acidente. “Nesta hora triste que a tragédia se abate sobre dezenas de famílias brasileiras, expresso minha solidariedade. Estamos colocando todos os meios para auxiliar familiares e dar toda a assistência possível. A Aeronáutica e o Itamaraty já foram acionados. O governo fará todo o possível para aliviar a dor dos amigos e familiares do esporte e do jornalismo nacional”, disse Temer em seu Twitter.

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