Saúde: Remoção preventiva de ovários e trompas, entenda prós e contras do procedimento

Da Redação

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Diferente do câncer de mama, o câncer de ovário é menos comum, porém, mais agressivo e difícil de diagnosticar em estágio inicial. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), 75% dos tumores no ovário são diagnosticados em estágio avançado.

A discussão sobre o assunto iniciou após a atriz Angelina Jolie anunciar que realizou uma cirurgia para retirar os ovários e as trompas de Falópio como forma de prevenir contra o câncer, uma doença que já atingiu outros membros da sua família.

“Não é raro que pacientes descubram o tumor e níveis em que o abdômen já está completamente afetado e com aumento de volume”, explica o ginecologista Reynaldo Augusto Machado Junior, da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

A solução quase definitiva para prevenção desse tipo de câncer é a remoção preventiva dos ovários e das trompas. Cientificamente conhecida como salpingooforectomia,o procedimento é radical e indicado para casos pouco comuns de mulheres predispostas a tal tipo de câncer. “O risco vem de uma mutação dos genes BRCA1 e BRCA2. Na verdade, esses são genes protetores e reparadores de DNA, mas devido a mutações hereditárias, em alguns casos, podem representar de 15% a 45% a chance de se desenvolver câncer no ovário. É um fator genético que atinge apenas 0,1% de toda a população mundial”, explica o especialista.

De acordo com o ginecologista, embora seja uma forma de reduzir em quase 90% os riscos de câncer de ovário, a remoção de tais órgãos do sistema reprodutor precisa ser indicada com cautela: ao tirar os ovários, a mulher entra numa menopausa precoce, o que causa modificações no corpo. “Calores e sudorese noturna, queda de libido, menor lubrificação vaginal e perda de massa óssea são algum sintomas inevitáveis que vêm com a operação. Há casos em que a saúde psicológica da mulher se abala, abrindo espaço para sintomas de depressão”, adverte Reynaldo Junior.  “Além disso, é preciso lembrar que a grande maioria das incidências desse tumor não tem relação alguma com esse tipo de mutação, assim sendo, não é preciso recorrer diretamente a uma decisão drástica. E mesmo na presença de anomalias genéticas, o primeiro passo é que especialista e paciente discutam as possibilidades de tratamento e comparem os riscos e benefícios da opção escolhida”, finaliza o médico.

Fundada em 1859, a Beneficência Portuguesa de São Paulo (www.bpsp.org.br) é a maior instituição hospitalar privada da América Latina, contando com aproximadamente 7.500 colaboradores e 3.000 médicos, e com uma gestão baseada na qualidade assistencial, humanização, ensino e pesquisa, além de um corpo clínico formado por renomados especialistas. A instituição é referência no atendimento médico hospitalar em mais de 60 especialidades.

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