Presidente Marcelo Rebelo abre Palácio de Belém e passa 25 de Abril no meio do povo

Mundo Lusíada
Com Lusa

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa abriu os jardins e algumas salas do Palácio de Belém ao público, onde passou a tarde deste 25 de Abril, no meio do povo.

Marcelo Rebelo de Sousa esteve a maior parte do tempo na varanda do palácio, onde conviveu e tirou fotografias com centenas de pessoas – “entre 600 e 700” nas suas contas – desde o meio-dia até perto das cinco da tarde, com dois intervalos para cerimônias de condecorações.

“Parece que agora é que tomamos conta da liberdade”, comentou um homem, enquanto observava o chefe de Estado, descontraído, a posar continuamente para infindáveis fotos, praticamente sem segurança em seu redor. “Isto era impossível há 40 anos”, observou de seguida uma mulher.

As pessoas que queriam cumprimentar o Presidente da República aguardavam a sua vez, em fila, sem pressa, ordeiramente. Outras passeavam pelas salas contíguas à varanda, que hoje estiveram abertas ao público. E outras entretinham-se a observar, como um homem, que exclamou: “Isto é muito giro de ver”.

Durante este convívio, Marcelo Rebelo de Sousa ouviu vários elogios, e parece ter mudado a opinião de alguns cidadãos: “Agora convenceu-me, a postura dele. Não tenho andado muito convencida”, afirmou baixinho uma mulher.

O chefe de Estado recebeu “muitos parabéns pelo seu mandato impecável”, e ouviu palavras de apoio a “tudo o que fez”, ou a “99,9%”. Tirou fotos com portugueses que vieram “diretamente do Entroncamento para o conhecer pessoalmente”, e também de países estrangeiros, como a Finlândia.

Quando alguém não tinha nenhuma forma de fotografar, Marcelo Rebelo de Sousa chamava um dos fotógrafos oficiais, que depois anotavam o e-mail ou a morada postal para o envio da foto: “Espere um bocadinho a ver se vem um fotógrafo”.

Neste 43.º aniversário da Revolução dos Cravos, os jardins do Palácio de Belém e o Museu da Presidência da República estiveram abertos entre as 10:00 e as 18:00, com a última entrada às 17:00. Quem visitou o palácio pôde entrar pela porta principal e subir a escadaria, até à Sala das Bicas, e passear também na Sala Dourada, na Sala Império e na Sala de Jantar, na varanda e nos jardins do Buxo e da Cascata.

PM
Também o primeiro-ministro, que esteve na solenidade pela manhã com o presidente, afirmou que o seu Governo trabalha todos os dias para corresponder aos desafios colocados pelo Presidente da República para que o país registre a prazo mais crescimento e possua uma melhor distribuição de riqueza.

António Costa falava aos jornalistas cerca de uma hora depois da abertura ao público dos jardins da residência oficial do primeiro-ministro, depois de ter sido questionado sobre o teor do discurso esta manhã proferido por Marcelo Rebelo de Sousa.

“Acho que a relação com o Presidente da República tem sido sempre muito franca e leal das duas partes. Entendemos essas palavras como um grande estímulo. Considero que foi de grande otimismo relativamente à experiência destes 43 anos de democracia e à energia que todos temos de colocar para que os próximos 43 anos sejam ainda melhores”, sustentou o primeiro-ministro.

Sobre a questão do crescimento econômico colocada pelo presidente, o líder do executivo defendeu que as metas que o Governo fixou são as metas que se encaminham para aquilo que é necessário conseguir: “retomar uma trajetória de convergência com a União Europeia” e voltar ao ritmo de crescimento registado até ao início deste século.

“Desde 2000 até agora, a média de crescimento foi de 0,2% ao ano, porque a economia portuguesa tem levado tempo a adaptar-se ao euro, à globalização e ao alargamento a leste. Temos de nos centrar numa visão de médio prazo, investindo em áreas essenciais para que haja um crescimento sustentado: qualificação dos cidadãos e inovação tecnológica das empresas”, apontou.

Tendo ao seu lado o dirigente histórico socialista e ex-candidato presidencial Manuel Alegre, assim como o presidente do PS, Carlos César, o primeiro-ministro defendeu “uma democracia de portas abertas todos os dias”.

“No ano passado, neste mesmo local, com o presidente da Câmara de Lisboa [Fernando Medina], anunciamos que todos os domingos estes jardins de São Bento estariam abertos ao público – e passaram a estar. Este dia 25 de Abril é um dia especial de festa”, declarou. O socialista referiu que o programa das celebrações incluiu, entre outros, a espetáculos de Jorge Palma e das crianças do Cant’art, e a inauguração de uma escultura de Vhils.

O primeiro-ministro referiu que passou o dia 25 de Abril de 1974 “fechado” em casa de uma amiga da mãe, a jornalista Maria Antónia Palla, mas que no dia seguinte saiu à rua para festejar “a liberdade”.

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