Presidente da Embraer e maestro João Carlos Martins recebem homenagem nos 102 anos da Câmara

José Cesário, João Carlos Martins, Paulo Lourenço, Antonio de Almeida e Silva, e Ricardo Espírito Santo. Foto Leandro Viola
José Cesário, João Carlos Martins, Paulo Lourenço, Antonio de Almeida e Silva, e Ricardo Espírito Santo. Foto Leandro Viola

Da Redação

A Câmara Portuguesa de Comércio em São Paulo realizou em 02 de dezembro, na Fecomércio em São Paulo, o Jantar Comemorativo de seu 102º aniversário.

Durante a noite, foram entregues ao Maestro João Carlos Martins, pelo Governo Português, as insígnias da Ordem do Infante D.Henrique, no grau de Comendador. A distinção foi entregue pelo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, que realçou a importância dos cidadãos luso-brasileiros e de se homenagear as manifestações culturais. “Você representa a nossa presença neste país, representa os luso-brasileiros, que conseguem unir os dois países”, disse José Cesário dirigindo-se ao maestro.

A Ordem do Infante D. Henrique é uma ordem honorífica portuguesa, criada em 1960 – ano em que se assinalaram os 500 anos da morte do Infante D. Henrique – e que visa distinguir a prestação de serviços relevantes a Portugal, tanto no país como no estrangeiro, ou de serviços na expansão da cultura portuguesa, de sua história e valores.

“É uma homenagem para o meu pai, que nasceu em Braga e mostrou aos quatro filhos a importância do respeito pela nossa pátria mãe. Fiquei emocionado e vou dignificar a comenda até meus últimos dias”, afirmou o homenageado à Lusa.

“Através da música, tanto como pianista como maestro, João Carlos Martins sempre teve muito presente a sua ligação familiar e pessoal a Portugal e à cultura portuguesa, carregando com ele valores partilhados pelos dois países. É uma homenagem merecida”, refere o Cônsul Geral de Portugal em São Paulo, Paulo Lourenço, sobre o maestro “famoso pelo seu talento e história de superação” e por sua ligação com a comunidade portuguesa de São Paulo.

CamaraSP_EmbraerFredericoCuradoO homenageado da noite foi Frederico Curado, presidente da Embraer. O presidente da Câmara, Ricardo Espírito Santo, realçou que 2014 não foi um ano de “grandes investimentos portugueses no Brasil”, tanto pelos maus resultados econômicos do país, como pela recuperação da economia portuguesa, que atraiu os empresários novamente para Portugal. Mas manifestou-se, no entanto, “otimista” para 2015, principalmente para as áreas de serviços e tecnologia.

O evento contou com a presença de inúmeros empresários e autoridades brasileiros e portugueses e foi abrilhantada com o Show do fadista Antonio Vasco Moraes e o som da DJ Joana Hasse.

António Vasco Moraes nasceu em Lisboa, onde começou a cantar fado aos 18 anos, ainda como amador. Ao longo de vários anos fez parte do elenco fixo de vários restaurantes de referência no fado. Fadista com um vasto currículo de espetáculos, tanto em Portugal como no estrangeiro, tendo já atuado em países tão diferentes como China (Macau), Alemanha, Espanha, Brasil ou Argélia, entre vários outros.

Atualmente, com aproximadamente 300 empresas associadas, a Câmara Portuguesa tem realizado uma série de ações e eventos de aproximação do empresariado brasileiro e português, discutindo os assuntos em pauta no mundo dos negócios.

História de superação

Sobre o Maestro, João Carlos Martins se apaixonou por música, ainda criança, quando seu pai comprou um piano. Com 11 anos, já estudava o instrumento por seis horas diárias. Seus primeiros concertos trouxeram a atenção de toda a crítica musical mundial. Foi escolhido no Festival Casals, dentre inúmeros candidatos das três Américas para dar o Recital Prêmio em Washington. Aos vinte anos estreou no Carnegie Hall, patrocinado por Eleanor Roosevelt. Tocou com as maiores orquestras norte-americanas e gravou a obra completa de Bach para piano. Foi ele quem inaugurou o Glenn Gould Memorial, em Toronto.

Sua vida parecia destinada à leveza da música clássica, mas João Carlos Martins foi surpreendido quando, em um jogo de futebol, acabou perdendo os movimentos da mão direita. Mais tarde, desenvolveu ainda uma doença chamada Contratura de Dupuytren. Começava a grande luta de sua vida. Anos depois, na Bulgária, onde tinha ido realizar um concerto, mais uma dura prova: durante um assalto, um golpe na cabeça lhe fez perder parte do movimento de mãos novamente. Pensou que nunca mais voltaria a tocar.

Mas como todo grande amor, a música o fez retornar. Realizou grandes concertos, comprou novos instrumentos e tentou utilizar o movimento de suas mãos criando um estilo único de tocar e aproveitar ao máximo a beleza das peças clássicas. Utilizou-se da mão esquerda para suas peças e obteve extremo sucesso com esta atitude. Hoje é pianista e maestro.

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