Portugueses nos Himalaias “estão bem” depois de sismo com mais de 3 mil vítimas no Nepal

Da Redação
Com agencias

Luís Almeida, um dos quatro portugueses que estão nos Himalaias há uma semana numa expedição, disse à agência Lusa que “estão todos bem”, apesar das dificuldades causadas pelo sismo no Nepal, que causou mais de 3 mil mortos. Também não há registros de brasileiros feridos, mas as vítimas já superam 3.700 mortes.

Numa mensagem escrita, enviada à agência Lusa, Luís Almeida, que está a participar numa expedição organizada pela Espaços Naturais às montanhas dos Himalaias, garantiu que os portugueses “estão todos bem”. “Estamos bem. É o meu quarto ano consecutivo nos Himalaias. Esta expedição já era assumidamente de grande aventura, pois a zona é pouco conhecida e muito remota, e encontramos condições climatéricas adversas”, adiantou.

O secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, disse à agência Lusa que estavam pelo menos 14 portugueses no Nepal na altura em que ocorreu o sismo, adiantando que alguns já terão saído do país através da Índia. De acordo com o secretário de Estado, deste grupo de 14 pessoas, seis ou sete são portugueses que estavam no Nepal a trabalhar transitoriamente. José Cesário adiantou também que dos 14 portugueses identificados, pelo menos quatro ou cinco fazem parte de uma expedição nas montanhas dos Himalaias.

Foram dois terremotos, um no sábado (25) de magnitude 7,8 na escala de Richter e outro ontem (26) de magnitude 6,7. Os abalos provocaram a morte de mais de 3,2 mil pessoas, até o momento, segundo a Organização das Nações Unidas. De acordo com Silvio, além dos dois tremores principais, dezenas de réplicas do terremoto foram sentidas até duas horas depois dos primeiros episódios.

Apesar do tumulto e do congestionamento de voos, o aeroporto de Katmandu, capital do Nepal, voltou a funcionar, e os brasileiros que estão no país começam a voltar ao Brasil nos próximos dias, após os terremotos na região. A Agência Brasil conversou com o brasileiro Silvio Aparecido Pereira da Silva, que mora no país asiático. Ele explicou que está com um grupo de 32 brasileiros em Katmandu, em contato com a embaixada brasileira, mas disse que existem brasileiros em outras localidades.

Segundo ele, mesmo com o clima de destruição, a cidade e o povo nepalês estão aparentemente calmos. “As lojas estão fechadas, os serviços estão precários, em alguns momentos eles funcionam, não tem energia elétrica. Ontem ela [a energia] voltou por um tempo e depois caiu. Há falta de água. A escola onde estamos acampados têm duas quadras, cedemos uma para a comunidade e na outra estamos com mais de 200 crianças. Ganhamos um cabrito hoje de alguns hindus para poder comer.”

Os piores danos ocorreram em Katmandu – capital e principal cidade do Nepal –, onde a histórica torre Dharahara, de nove andares, ruiu completamente.

OMS

Agências das Nações Unidas continuam mobilizadas nesta segunda-feira para prestar assistência à população do Nepal. À Rádio ONU, de Katmandu, o representante da Unesco no Nepal, Christian Manhart, explicou que muitas rodovias estão bloqueadas com entulho das construções destruídas pelo terremoto e a comunicação também está bastante comprometida.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, calcula que 5 milhões foram afetados pela tragédia. Nas primeiras horas após o terremoto de sábado, a OMS distribuiu medicamentos suficientes para tratar 40 mil feridos. Mas a agência da ONU precisa urgentemente de US$ 5 milhões para suas operações humanitárias no Nepal e está aceitando contribuições financeiras de países doadores e parceiros.

Segundo a agência, tratar os feridos continua sendo a principal necessidade na capital Katmandu. Os hospitais estão lotados de pacientes e há relatos de médicos tratando pessoas nas ruas. Fornecer medicamentos, equipamentos cirúrgicos, cuidados de saúde mental, apoio psicossocial e ajudar a população a se recuperar dos traumas causados pela tragédia são as prioridades.

A OMS também está enviando ao país uma equipe de 10 especialistas em saúde pública e resposta a desastres, em apoio aos trabalhos do governo nas áreas de epidemiologia, vigilância de saúde, logística e saúde mental.

Já o Programa Mundial de Alimentos, PMA, está mobilizando estoques de comida na região e vai enviar um avião na terça-feira com biscoitos energéticos e outros itens de ajuda. Equipes do PMA, especializadas em resposta a emergências, já estão em Katmandu ajudando na resposta ao desastre.

A agência da ONU para Refugiados, Acnur, enviou esta segunda-feira 11 mil lonas de plástico e 4 mil lanternas solares para alguns distritos nepaleses, a pedido das autoridades locais. E outro avião de carga sairá do Dubai com mais lonas e lanternas. Segundo o Acnur, as lonas fornecerão abrigo para as vítimas do terremoto que perderam suas casas. Na falta de eletricidade, as lanternas solares poderão fornecer alguma luz em áreas afetadas pelo desastres e ajudar as famílias a carregar as baterias dos celulares.

Da Europa, 14 Estados-membros da União Europeia (UE) já ofereceram ajuda às vítimas do sismo segundo a Comissão Europeia, que coordena o auxílio ao país. Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Itália, Luxemburgo, Polônia e Reino Unido são os países do bloco europeu que vão enviar ajuda, além da Noruega.

O Nepal tem mais de 21 mil refugiados do Butão, que vivem em acampamentos no leste do país e cerca de 650 refugiados e requerentes de asilo na região de Katmandu, de acordo com a agência da ONU.

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