Portugal preparado para eventual caso de ébola, diz ministro

Portugal terá acesso ao soro experimental se necessário, confirmou.

 

Foto MIGUEL A. LOPES/LUSA
Foto MIGUEL A. LOPES/LUSA

Mundo Lusíada
Com agencias

O INEM investiu cerca de 200 mil euros na aquisição de material de proteção contra o Ébola, contando com cinco “biobags”, uma espécie de casulo para transportar o doente em segurança, segundo o presidente do organismo.

Em declarações à Lusa, Paulo Campos garantiu que Portugal está preparado para combater a infecção, dispondo de sete “biobags”, cinco dos quais do INEM. Cada uma destas câmaras de pressão negativa custa entre sete a dez mil euros, bem mais do que os 50 euros que custa cada equipamento de proteção individual.

O ministro português da Saúde assegurou que a Direção Geral da Saúde obteve garantias de que Portugal terá acesso ao soro experimental que foi administrado aos doentes que sobreviveram ao vírus do Ébola. Paulo Macedo falava na Comissão Parlamentar de Saúde, onde garantiu que Portugal está preparado para responder a eventuais casos de ébola, o que passará pelo acesso ao soro experimental.

Além desta questão, Paulo Macedo disse que Portugal tem vindo a preparar-se para dois cenários: “Para a necessidade de repatriamento de um português que tenha sido infectado pelo vírus e para a importação de um caso do exterior”.

Segundo Paulo Macedo, existem 10 camas pediátricas (no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, e São João, no Porto), bem como mais 34 camas para adultos, nos hospitais Curry Cabral, em Lisboa, e no São João, no Porto, prontas para atender possíveis casos de contágio pelo vírus do Ébola.

O ministro disse ainda que as orientações relativas à resposta ao Ébola estão a ser permanentemente atualizadas, consoante o conhecimento científico que é alcançado.

Caso na Europa
Dia 07, a DGS emitiu um comunicado, indicando que está a analisar os equipamentos de proteção individual que devem ser usados pelos profissionais, bem como o contexto da sua utilização. Esta análise acontece depois de ter sido confirmado que uma auxiliar de enfermagem espanhola foi contagiada com o vírus, o primeiro caso de contágio na Europa e fora de África. A profissional tinha atendido o missionário Manuel Garcia Viejo, vítima mortal do Ébola no dia 25 de setembro, num hospital madrileno.

Desconhece-se de que forma se deu o contágio, mas a imprensa espanhola tem indicado que o protocolo seguido, assim como a proteção usada pela profissional, possam não ter sido os mais adequados. Responsáveis de saúde espanhóis informaram que cerca de 30 pessoas estão atualmente sob vigilância no país, após a confirmação do contágio.

A Comissão Europeia pediu explicações a Madri sobre o que falhou para que a auxiliar fosse contaminada. Segundo adiantou o porta-voz da Comissão Europeia para a Saúde, Frédéric Vincent, Bruxelas “enviou uma mensagem ao Ministério da Saúde espanhol para obter esclarecimentos” sobre a falha no sistema de prevenção.

O vírus do Ébola já matou quase 3.500 pessoas em mais de sete mil casos conhecidos da doença em países da África Ocidental, sobretudo na Guiné-Conacry, Libéria, Serra Leoa e no Gana.

Autorização negada
No dia 08, foi divulgado pela imprensa portuguesa que tanto Portugal como Marrocos teriam negado autorização para fazer escala nos seus territórios um pequeno avião que transportava uma norueguesa infectada pelo vírus do Ébola na Serra Leoa, avançou a televisão espanhola Antena 3.

A norueguesa, uma médica de 32 anos que faz parte da organização Médicos Sem Fronteiras, é a primeira pessoa daquela nacionalidade a ser infectada com Ébola, tendo sido retirada da Serra Leoa – um dos países mais afetados pelo vírus – num avião médico. Depois das análises terem dado resultado positivo, a mulher norueguesa iniciou uma longa viagem de repatriamento, para Oslo, mas a meio do trajeto o piloto alertou para a necessidade de reabastecer o avião.

Porém o INAC (nstituto Nacional da Aviação Civil) veio desmentir o fato, informando que foi sugerido à equipe que se dirigisse à Lisboa. “O avião civil em causa fez um pedido, para escala técnica, simultaneamente aos aeroportos de Las Palmas (Espanha) e Madeira (Portugal), não tendo sido invocada, em nenhum momento, situação de emergência”, esclareceu em comunicado, acrescentando que “ponderada a distância, o avião optou por se dirigir para Las Palmas”.

O ministro da Saúde ainda confirmou à imprensa que Lajes, nos Açores, e a as zonas do aeroporto civil e militar de Lisboa são as áreas que estão definidas para aterrarem os aviões que transportem doentes com ébola.

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