Papa Francisco aprova milagre que permite canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta

Da Redação
Com agencias

Esboço da personagem Jacinta para o filme de animação "Fé".
Esboço da personagem Jacinta para o filme de animação “Fé”.

O papa Francisco aprovou em 23 de março o milagre que permite a canonização dos beatos Francisco e Jacinta Marto.

Após o anúncio, o cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, confessou-se “muito feliz” com a aprovação do milagre que permite a canonização dos dois pastorinhos.

“Fico muito feliz como ficam todos os portugueses e todos os católicos”, afirmou Manuel Clemente em declarações à Rádio Renascença, admitindo também que a visita do papa Francisco a Fátima, a 12 e 13 de maio, fique marcada por esta decisão.

“Cabe ao Santo Padre decidir quando” fará a canonização, mas “o mais importante”, a aprovação do milagre, “está feito”, acrescentou.

Para o cardeal, o “milagre aprovado” é “um grande sinal de Deus”, “de que as crianças e o que aconteceu é importante para elas e para todos”.

Manuel Clemente disse que os acontecimentos de Fátima, em 1917, marcaram “profundamente as duas crianças”, que se mostraram “muito empenhadas no bem de todos, de que o mundo fosse mais segundo Deus, para evitar guerras, para haver paz”.

Boas Novas
A canonização dos dois pastorinhos, beatificados pelo papa João Paulo II, em Fátima, estava dependente do reconhecimento deste milagre. A parte científica, considerada a mais complicada, já tinha passado, e faltava concluir a análise teológica, segundo a postuladora Ângela Coelho.

“Há cada vez mais esperança para que haja canonização durante o ano de 2017. Relativamente ao lugar do anúncio e ao momento do anúncio, assim como o lugar e data de canonização, estará dependente do papa”, afirmou à agência Lusa Ângela Coelho, postuladora da causa de canonização dos pastorinhos, considerando que, nesta altura, ainda se está “no mundo das expectativas e não das certezas”.

A 13 de maio de 2000, o papa João Paulo II beatificou, em Fátima, Francisco e Jacinta Marto, seguindo-se um longo processo para a canonização dos dois pastorinhos, que chegou a ser adiado face a problemas de validação de um alegado milagre. Entretanto, surgiu nova “graça”, que já mereceu a aprovação dos médicos.

Com o processo na reta final, Ângela Coelho mostrou-se “muito expectante”, considerando que o papa terá em conta a simbologia do 13 de maio e do centenário das “aparições”.

“Posso perceber que o santo padre vive com muita expectativa e com muita alegria a sua vinda aqui a Fátima. Creio que poderá querer também alegrar os peregrinos”, disse.

Depois de os peritos dizerem que a cura ocorrida não tem explicação à luz dos conhecimentos científicos, cabe aos teólogos afirmarem que esta “ocorreu num contexto de fé e de evocação aos beatos Francisco e Jacinta e apenas a estes beatos”.

O processo arrancou em 1981, com a alteração da disciplina eclesiástica que permite às crianças serem canonizadas. Passou por diferentes papas e, se terminar este ano, como se prevê, serão três os líderes da Igreja pelo qual o processo de beatificação e canonização dos dois pastorinhos passou: Francisco, Bento XVI e João Paulo II.

Depois da beatificação, o processo de canonização foi aberto em 2004, mas sofreu um contratempo em 2007 face às dúvidas levantadas por especialistas do Vaticano em relação ao alegado milagre, de uma criança na Suíça que teria ficado curada de diabetes após a mãe emigrante portuguesa assistir, de joelhos, ao processo de beatificação dos dois pastorinhos.

No entanto, em 2013, surgiu um caso que despertou o interesse da postuladora. Das “centenas e centenas de graças” que passaram pelas mãos de Ângela Coelho, a atenção voltou-se para o caso de uma criança no Brasil, para o qual foi alertada “dois meses depois de ter ocorrido”.

É essa a graça que poderá ser considerada “milagre” pela Igreja Católica e que permitirá tornar os dois beatos de Fátima em santos. Com a canonização, os dois beatos serão os mais jovens santos da Igreja Católica.

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