Manifestantes em Lisboa e diversos estados brasileiros protestam contra governo

Mundo Lusíada
Com Lusa

A Avenida Paulista tomada por brasileiros. Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto Arquivo Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Uma Presidente com 9% de aprovação? Seria muito digno se ela renunciasse”, pediu um brasileiro durante a manifestação que se realizou em Lisboa, em 16 de agosto, contra a Presidente Dilma Roussef, que enfrenta vários escândalos de corrupção.

Cerca de meia centena de manifestantes gritaram palavras de ordem como “1,2,3 Lula e Dilma no xadrez” ou “chega de corrupção, fora Dilma” ou ainda “Lula cachaceiro devolve o meu dinheiro”, pedindo que a Presidente do Brasil se afaste da cena política e seja acusada pela justiça pelos escândalos de corrupção na petrolífera Petrobras e outros.

Cristina Costa, uma das manifestantes que vive em Portugal há cerca de um ano, declarou à Lusa que os brasileiros estão “contra este desgoverno” e perguntou o que é preciso “acontecer mais para este governo sair?”.

Para a manifestante, o braço direito de Lula da Silva, atualmente preso pela segunda vez, “deveria falar e colocar muita gente lá dentro com ele”, acrescentando que o Partido dos Trabalhadores (PT), de Dilma Roussef, destruiu “a Petrobras, uma empresa em que os brasileiros tinham orgulho”.

Cristina Costa queixou-se ainda do custo de vida no Brasil: “a luz está um absurdo, os impostos subiram e desde o plano real na época de Fernando Henrique não havia a inflação que temos agora”, mas o que a preocupa mais são “todos esses escândalos, desde o mensalão, o petrolão, e agora o BNDES [banco estatal de financiamento à economia] que agora está a ser investigado”.

António Eugénio, outro dos manifestantes que está apenas há um mês em Portugal, disse que emigrou porque o PT, “de certa forma, está ‘bolivarizando’ a política brasileira, transferindo para si os parcos recursos nacionais em detrimento do povo que precisa de recursos na área da saúde e segurança”.

O manifestante diz estar preocupado com “o aparelhamento do PT na política brasileira” em que o partido de Dilma Roussef “domina até ao quinto escalão”, sendo “uma vergonha nacional”.

Segundo António Eugénio, o PT “tomou conta de todas as empresas e estão fazendo que o país transfira dinheiro para organizações que são escusas aos interesses dos brasileiros”.

Mariana Ripes, que representa o movimento “Brasil Livre” e o movimento “Vem Prá Rua” na Europa, refere que a adesão à manifestação por parte dos brasileiros em Lisboa “é benéfica” e lamenta que alguns dos seus conterrâneos tenham “medo de alguma represália política”.

A organizadora acrescentou, no entanto, que os dois movimentos vão continuar com manifestações “enquanto o PT estiver no poder”.

Os protestos foram convocados pela rede social ‘Facebook’ e, para além de Lisboa e Porto, estiveram previstas manifestações em mais 188 países, dentro e fora do Brasil, tendo como denominador comum as críticas à Presidente brasileira e o seu governo.

Entre as cidades brasileiras com protestos no domingo estiveram Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Salvador (Bahia), Belo Horizonte, Curitiba e outras capitais de todas as regiões do país. A maior concentração ocorreu na cidade de São Paulo, segundo a Polícia Militar, 350 mil pessoas participaram no protesto, enquanto o instituto Datafolha calculou que 135 mil pessoas estiveram na avenida Paulista. Segundo o jornal O Globo, foram 879 mil pessoas em 205 cidades.

No exterior, teve concentrações previstas em Bariloche (Argentina), em Dublin (Irlanda), em Londres (Inglaterra), em Miami, Nova Iorque, Seattle e Washington (Estados Unidos), em Milão (Itália), em Sydney (Austrália) e em Toronto (Canadá).

Os principais movimentos líderes da manifestação são o “Vem Prá Rua”, “Movimento Brasil Livre” e “Revoltados Online”, todos de oposição ao Governo atual do país.

Com gritos de “não vai ter golpe”, na hora do almoço, petistas, lideranças sindicais e movimentos sociais concentraram-se em frente ao Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, em São Paulo. No ato, os participantes pediam respeito à democracia e protestavam contra o ataque sofrido pelo instituto durante a semana.

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