Instituto português colabora com OMS para nutrição e obesidade infantil

Da Redação
Com agencias

Foto: Banco Mundial
Foto: Banco Mundial

O Departamento de Alimentação e Nutrição do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) vai colaborar com a Organização Mundial da Saúde (OMS) ao nível da nutrição e obesidade infantil. Este departamento passa agora, e durante quatro anos, a designar-se centro colaborativo da OMS para a nutrição e obesidade infantil.

No âmbito do acordo estão previstas “ações de divulgação de resultados nesta área, a organização de eventos técnico-científicos relacionados com a obesidade infantil, o apoio na identificação e divulgação de boas práticas a nível nacional, com vista à prevenção da obesidade infantil e à promoção do envelhecimento saudável ativo”.

“Contribuir para o trabalho na OMS ao nível da monitorização da ingestão dietética e da composição de alimentos, em particular ao nível da quantidade de sal, gordura trans e teor de iodo presentes nos alimentos é outra das áreas de colaboração previstas”, segundo este organismo.

Para o presidente do INSA, Fernando de Almeida, esta colaboração com a OMS “é uma distinção que vem dar justo reconhecimento ao bom trabalho que o Instituto vem realizando nesta importante área”.

“Tendo em conta que a OMS apenas indica para seus centros colaborativos serviços e instituições com créditos absolutamente inquestionáveis e firmados, Portugal e o Ministério da Saúde estão assim na primeira linha de análise de um dos principais problemas de saúde pública a nível mundial”, acrescentou.

Em Portugal, um terço das crianças com idades compreendidas entre sete e os nove anos apresentam excesso de peso, sendo 11% obesas. Ainda, um estudo revelou que crianças portuguesas estão cada vez mais sedentárias.

Problema em vários países
No início do mês, a OMS alertou para uma epidemia da obesidade ligada ao aumento da oferta de alimentos energéticos, com muitas calorias, segundo especialistas na Nova Zelândia e nos Estados Unidos.

A conclusão é que em 56 de 69 nações, houve uma alta tanto no fornecimento desse tipo de comida como também no peso das pessoas entre 1971 e 2010. Na maioria do países, o aumento das calorias dos produtos alimentícios foi suficiente ou mais do que suficiente para explicar a atual alta de peso da população.

Segundo a OMS, entre 1980 e 2013, a proporção de adultos obesos no mundo subiu de 28,8% para 36,9% entre os homens e de 29,8% para 38% entre as mulheres.

Uma das autoras do estudo, Stefanie Vandevijvere, da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, citou ainda outros fatores conhecidos que contribuem para a epidemia global de obesidade como o aumento da urbanização, a dependência de carros e trabalhos sedentários.

Ela disse que o documento mostra que esse excesso de alimentos calóricos serve para impulsionar exatamente um consumo maior. A autora explicou que “muito do aumento das calorias nas últimas décadas vem de alimentos ultra processados, que são muito saborosos, baratos e amplamente divulgados em propagandas. Isso tudo facilita o consumo exagerado”.

Em 2013, os 194 Estados membros da OMS concordaram com o Plano de Ação Global para Prevenção e Controle de Doenças Crônicas. Uma das nove metas da proposta é “conter o avanço do diabetes e da obesidade”. Para atingir esse objetivo, os países podem usar subsídios e impostos sobre alimentos para promover uma dieta saudável. É ainda necessário trabalhar com vários setores, incluindo agricultura, produção, distribuição e comércio, além dos serviços de saúde e de educação.

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