Guterres: “descendentes de escravos deixaram sua marca”

Da Redação
Com ONU News

AntonioGuterres_RefugiadosONUA Assembleia Geral da ONU realizou uma sessão especial na véspera do Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravos, dia 25 de março.

O secretário-geral, António Guterres, disse na reunião que em todos os campos da atividade humana podem ser vistas as contribuições de afrodescendentes.

O chefe da ONU afirmou que os descendentes de escravos deixaram sua marca como inventores, economistas, juristas, autores, acadêmicos, artistas, atletas, políticos e líderes de direitos civis.
Este ano, o tema das celebrações da data é “Reconhecendo o legado e as contribuições das pessoas de ascendência africana”.

Sobre a escravatura, Guterres disse que nunca deve ser esquecido o “capítulo negro da história humana” e citou Portugal, ao recordar o papel de várias nações na maior migração forçada da história.

Sobre esse período, o secretário-geral citou ainda o que chamou de “promulgação de leis vergonhosas e roubo da dignidade e da vida de muitos milhões de pessoas”.

Racismo
Guterres disse que o legado da escravidão continua e que o mundo ainda tem que vencer o racismo.

Para o chefe da ONU, muitos países ainda sofrem de padrões econômicos e decisões tomadas há muito tempo. Ele destacou que várias famílias ainda sentem intensamente o trauma imposto aos seus antepassados e por isso defendeu o reconhecimento da dor desse legado hoje.

Guterres declarou que a escravidão do passado foi abolida mas outras formas surgiram, como o tráfico de seres humanos e o trabalho forçado ou escravo.

Prêmios Nobel
Falando de realizações da diáspora africana ele citou Mae Jemison, a primeira afro-americana que chegou ao espaço, Ralph Bunche como o primeiro afro-americano vencedor de um Prêmio Nobel da Paz.

Ele recordou também o poeta e prêmio Nobel da Literatura, Derek Walcottn, que morreu há uma semana na Ilha de Santa Lúcia.

Guterres encerrou o pronunciamento com um apelo à união contra o ódio no que chamou de “momento de crescente divisão”. Ele pediu que seja construído um mundo de liberdade e dignidade para todos.

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