Governo do Paraná adotará modelo de Portugal para gestão de resíduos sólidos

Mundo Lusíada

 Carlos Martins, secretário de Estado de Ambiente em Curitiba,16/03/2017 Foto: Jaelson Lucas / ANPr
Carlos Martins, secretário de Estado de Ambiente em Curitiba,16/03/2017 Foto: Jaelson Lucas / ANPr

O governador do Paraná, Beto Richa, recebeu em 16 de março, no Palácio do Iguaçu, uma comitiva de Portugal, liderada pelo Secretário de Estado de Ambiente, Carlos Martins, para discutir a gestão de resíduos sólidos no estado. No encontro foi assinada carta de intenções de parceria entre Paraná e Portugal para adoção do modelo português em gestão de resíduos.

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) irá liderar o projeto no Estado que inclui as secretarias de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano e Instituto das Águas.

Participaram da reunião o presidente da Sanepar, Mounir Chaowiche, o diretor-presidente da Companhia Águas de Portugal, Antônio Frazão, e o presidente da Agência Regulara, Orlando Borges.

A parceria começou a ser sondada em visita de técnicos da Sanepar a países europeus que são referências em soluções para o problema do lixo. O modelo de Portugal inclui programas de educação ambiental, tratamento e separação dos resíduos e controle da emissão de gases poluentes. Em cinco anos, Portugal zerou o número de lixões.

“Esta troca de experiências vai além de mostrar os casos de sucesso de Portugal. Esperamos mostrar ao Paraná os erros que cometemos e como conseguimos resolve-los para evitar que o estado, e no futuro o Brasil, siga pelo mesmo caminho”, disse o Secretário de Estado de Ambiente de Portugal, Carlos Martins.

O presidente da Sanepar, Mounir Chaowiche, disse que a expectativa do Governo do Estado é, também, ter condições de lixão zero. Por isso, a escolha de Portugal como referência para a criação de estratégias. “O processo de tratamento, produção de gás e transformação em energia e a considerável diminuição de materiais destinados aos aterros vem ao encontro da nossa política de resíduos sólidos”, disse.

Chaowiche destacou os bons índices do Paraná em saneamento básico, decorrência dos investimentos do Governo do Estado na área, o que possibilita agora o foco na gestão de resíduos. O Paraná possui 77% das residências com ligações à rede de esgoto, enquanto a média brasileira é de 40%. 100% da população urbana tem acesso à água tratada.

Além da qualidade ambiental, a gestão de resíduos sólidos que será adotada no Paraná prezará pela geração de renda e empregos, assim como o modelo português. As práticas de Portugal injetam, anualmente, 5.4 bilhões de Euros no País, geram 604 mil empregos e 700 kilowatts de energia, produzidas através da transformação dos gases gerados no processamento dos resíduos.

Portugal é exemplo na gestão dos resíduos
O português e vice-presidente do Comitê Técnico e Científico da Associação Internacional de Resíduos Sólidos Luis Marinheiro, esteve em Cianorte, interior do Paraná, participando de uma visita ao aterro municipal operado pela Sanepar. Marinheiro é uma das maiores autoridades mundiais no tema de resíduos sólidos e um reconhecido consultor no setor.

Na passagem por Cianorte, ele também deu um curso para a equipe da Companhia que atua na gestão de aterros e resíduos sólidos. Participaram 20 técnicos, que conheceram práticas e o modo de gestão de aterros sanitários em Portugal.

A experiência portuguesa em relação ao lixo tem se destacado mundialmente. “Portugal é um ótimo exemplo na gestão dos resíduos sólidos, tendo acabado com todos os lixões e implantado um sistema eficiente, regulado e com tarifas justas”, explica o gerente da área de resíduos sólidos na Sanepar, Péricles Weber.

Marinheiro também ministrou em Curitiba uma oficina no “Workshop Técnico da Missão Internacional Paraná-Portugal: evolução, organização, planejamento e regulação do setor do saneamento e gestão de resíduos em Portugal”.

O diretor de Meio Ambiente da Sanepar, Glauco Requião, explica que a gestão adequada dos resíduos sólidos traz benefícios para a população, como a redução da poluição do solo, da água e do ar, a diminuição da exploração de recursos naturais e o reaproveitamento de materiais que iriam para o aterro sanitário.

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