Famílias à disposição para receber refugiados, Portugal vai receber 1.500

Mundo Lusíada
Com agencias

FronteiraGalizaPortugalDepois da igreja portuguesa, dezenas de pessoas estão se disponibilizando para acolher famílias ou crianças refugiadas, segundo afirmou à Lusa a presidente do Conselho Português para os Refugiados (CPR), que diz estar também a receber ofertas de empresas e outras instituições.

As imagens de milhares de pessoas desesperadas tentando entrar na Europa numa tentativa de fugir aos conflitos armados dos seus países, tem levado muitos portugueses a manifestar-se disponíveis para acolher uma dessas famílias, contou à Lusa Teresa Tito Morais.

“Há um sinal de mobilização da sociedade civil. As pessoas oferecem o que podem. Umas dizem que podem receber um casal com filhos, outros que podem receber crianças não acompanhadas”, disse, explicando que no último mês as ofertas têm surgido um pouco de todo o país e que “são às dezenas”.

Em breve, Portugal deverá começar a receber cerca de 1.500 refugiados, na sua maioria da Síria, e o Governo diz que está em curso uma estratégia para auxílio humanitário, que inclui os ministérios dos Negócios Estrangeiros, Defesa Nacional, Administração Interna, Saúde, Segurança Social e Educação.

Para a presidente do CPR toda esta operação deveria ser feita com maior brevidade e já deviam estar a ser coordenadas as ofertas das Organizações Não Governamentais (ONG).

“Eu preferia que já se tivesse começado a preparar este sistema de acolhimento. Nós, desde maio, temos feito contatos com autarquias. Só neste último mês, por exemplo, recebemos em nome individual, mais de vinte e-mails de pessoas disponíveis para acolher”, contou.

Além destes casos, também a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa já anunciou ter 350 vagas disponíveis para as vítimas desta crise humanitária: os últimos números do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) falam em 293 mil migrantes e refugiados que tentaram chegar à Europa através do Mediterrâneo, tendo já morrido 2.440 pessoas durante o percurso.

Também o responsável da Cruz Vermelha Portuguesa, da delegação de Moncarapacho- Fuseta, “disponibilizou-se para a eventual construção de um centro de acolhimento”, contou Teresa Tito Morais, sublinhando que existem várias propostas que agora precisam de ser trabalhadas.

“São peças soltas e eu considero que era desejável que esse ‘quebra-cabeça’ fosse melhor articulado e por isso tenho feito esse apelo ao setor público e privado”, desabafou.

O CPR tem sido contactado por várias empresas que dizem ter empregos para oferecer e a instituição vai celebrar, em breve, um protocolo com uma empresa de organização e gestão de recursos humanos para colocar refugiados no setor da agricultura.

A presidente do CPR, Teresa Tito Morais, lamenta que Portugal só receber apenas cerca de 1.500 refugiados durante os próximos dois anos, um número que considera ser “muito ridículo”, tendo em conta que todos os dias chegam cerca de 2.500 pessoas só à Grécia. Ela diz que os dirigentes europeus serão “julgados pela história, por não terem atuado mais rapidamente” na resolução do drama de milhares de refugiados e migrantes.

O Ministério do Interior de Itália prevê a chegada de mais 20 mil imigrantes à costa italiana, através do Mediterrâneo, durante o próximo de mês de setembro. Estes imigrantes somam-se aos mais de 111 mil que desembarcaram na costa italiana desde o início do ano, adiantou o ministério.

Dados divulgados dia 25 pela Organização Internacional para Migração (IOM, sigla em inglês) revelam que 2.373 migrantes e refugiados morreram nos oito primeiros meses deste ano na tentativa de atravessar o Mar Mediterrâneo para chegar à Europa. O número de mortos registrado no mesmo período em 2014 foi 2.081. Nos últimos 12 meses, o total de migrantes que morreram quando tentavam chegar a países como a Itália, Grécia e Espanha pelo mar chega a 3.573, média de quase dez mortes por dia.

O alto comissário da ONU para Refugiados destacou que essas pessoas precisam de proteção contra traficantes humanos. Esta semana, o português António Guterres afirmou que é possível resolver a situação da seguinte maneira: “combatendo traficantes, protegendo as vítimas e colocando em prática um sistema que permita aos refugiados pedir asilo”.

1 Comment

  1. https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10153610613409479&set=a.62606289478.68247.847069478&type=1&fref=nf

    Teresa Tito Morais, Recebe emails de pessoas que estão na disposição de receber deslocados da Siria em suas casas! Admiro a bondade desta Senhora, bem haja pelo que faz, mas se vos sair na rifa um terrorista como este que já foi identificado, terão por acaso a cabeça no seguro? Acreditem que eles matam mesmo, e sem dó nem piedade. Vejam o facebook acima descrito. E depois pensem duas vezes.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: