Ebola: Portugueses devem recorrer à emergência consular e OMS lança plano de US$ 100 mi

Mundo Lusíada
com agencias

OMS_GenebraO Governo português advertiu aos portugueses que se encontrem nos países afetados pelo vírus do ebola devem contatar o gabinete de emergência consular, em caso de “problema grave”, e podem recorrer a embaixadas de países da União Europeia.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, afirmou à agência Lusa que os portugueses que residem na Serra Leoa, Guiné-Conacri e Libéria – países afetados por uma epidemia de ebola que já fez mais de 700 mortos -, em caso de problema que justifique uma emergência, devem contatar o gabinete de emergência através dos números de telefone 707202000 ou 961706472 ou pelo endereço eletrônico [email protected].

“É aquilo que se deve fazer em qualquer ponto do mundo, esse gabinete tem um atendimento permanente”, disse o governante. Uma vez que nestes países Portugal não possui representação diplomática, os cidadãos nacionais podem contatar a embaixada em Dacar, capital do Senegal, ou dirigir-se a uma embaixada de países da União Europeia nas zonas onde residem.

Em caso de doença, “qualquer pessoa que ali esteja nessas circunstâncias, tem em primeiro lugar de recorrer aos serviços médicos locais”, disse, e também excluiu a possibilidade de o Executivo providenciar a retirada do cidadão do local.
“Isso nunca acontece, até porque há transportes aéreos”, afirmou, acrescentando que a saída do país depende da situação de saúde: “Há pessoas que podem voar e outras que não», referiu.

OMS lança plano
A Organização Mundial da Saúde, OMS, lançou em 01 de agosto um plano de resposta ao surto “sem precedentes” de ebola na África Ocidental. A diretora da agência, Margaret Chan, está na Guiné-Conacri, reunida com presidentes das nações afetadas.

Desde março, foram confirmados mais de 1,3 mil casos na Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa, sendo que 729 pessoas morreram, ou mais da metade dos infectados. Na Nigéria houve um caso, proveniente da Libéria, e o paciente não sobreviveu.

O plano de resposta tem o valor de US$ 100 milhões, ou R$ 226 milhões, e segundo a OMS, é parte de um esforço internacional para controlar o ebola. Chan declarou que “o nível do surto e a ameaça persistente que ele representa” requer que a agência e as nações afetadas levem a resposta ao vírus a um novo nível.

Um objetivo é enviar, com urgência, centenas de funcionários humanitários e de saúde aos países da África Ocidental, principalmente médicos, enfermeiros, epidemiologistas e gerentes de dados. Outra estratégia do plano é colocar um fim à transmissão do ebola por meio de medidas de controle e prevenir que o vírus se espalhe para outras nações vizinhas.

O plano da OMS também destaca a importância da vigilância, especialmente nas fronteiras. Na quinta-feira, a Organização Internacional da Aviação Civil, Icao, informou estar trabalhando com a OMS para identificar riscos de transmissão durante viagens de avião.

Mas segundo as agências, nenhuma restrição de viagem ou de negócios é necessária por enquanto, já que o risco de uma pessoa ser infectada apenas porque visitou uma área afetada é muito baixo.

Moçambique
Em Maputo, as autoridades moçambicanas vão reforçar o controle das suas fronteiras devido ao surto da epidemia de ebola e acionar medidas preventivas de registro e triagem de pessoas provenientes de países afetados.

Para esta semana está previsto o início da estratégia de vigilância das fronteiras internacionais de Moçambique, disse Lorna Gurjal, do Departamento de Epidemiologia do Ministério da Saúde, que já ativou também medidas para a eventualidade de se detectarem casos suspeitos.

Os casos identificados nos aeroportos internacionais de Maputo, Beira, Vilanculo e Pemba, bem como principais portos do país, serão encaminhados para unidades de saúde já preparadas para lidar com a doença. No caso da capital, segundo Lorna Gurjal, os doentes serão dirigidos para o Serviço de Urgências do Hospital Central e, caso se confirma a presença de ebola, serão isolados no hospital Geral de Mavalane.

Guiné
A Guiné-Bissau já está agindo para evitar o ebola, como declarou à Rádio ONU o primeiro-ministro do país. De Bissau, Domingos Simões Pereira disse que está em vigor um plano de informação às comunidades.

“A segunda medida passou por identificar mecanismos de triagem e poder realmente dotar essas unidades dos medicamentos necessários para o tratamento em caso de pessoas com identificação (do ebola). A nossa cooperação com vários países, mas sobretudo com Portugal, resultou na oferta de um lote de medicamentos para repor nossos estoques e permitir que, havendo o registro de algum caso, se possa atacar essa situação.”

Os pacientes com ebola precisam de cuidados intensivos urgentes, e ainda não há tratamento específico ou vacina para animais ou humanos. Um homem pode transmitir o vírus pelo sêmen até sete semanas depois de ter sido curado.

O ebola surgiu em 1976, no Sudão e na República Democrática do Congo, e o índice de fatalidade pode chegar a 90%. A OMS explica que o vírus é transmitido por animais selvagens, como chimpanzés, gorilas e antílopes, sendo que o morcego da fruta é considerado o hospedeiro natural.

A transmissão ocorre a partir do contato com sangue, secreções ou outros fluidos corporais de animais infectados. A transmissão entre humanos também é feita por contato direto. Os sintomas incluem febre forte, fraqueza intensa, dores musculares, de cabeça e de garganta. Na sequência, ocorrem vômito, diarreia e deficiência nos rins e no fígado, além de hemorragia interna.

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