“É uma desgraça”, diz presidente sobre pesar por vítimas em Lamego

NUNO ANDRE FERREIRA/LUSA
NUNO ANDRE FERREIRA/LUSA

Mundo Lusíada
Com Lusa

Seis pessoas morreram e duas estão ainda desaparecidas após explosões numa fábrica de pirotecnia na freguesia de Avões, em Lamego.

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou-se solidário com os familiares das vítimas, e expressou “sentidas condolências”. Marcelo Rebelo de Sousa se deslocou ao local da explosão, no norte do distrito de Viseu.

O comandante distrital de Viseu da GNR, Vítor Rodrigues, disse que ao longo desta tarde serão feitas algumas detonações de explosivos, para que o efetivo possa progredir em segurança no terreno.

“É preciso tomar medidas de segurança e detonar muito do material. Ainda hoje haverá mais situações, duas ou três, presume-se, porque só assim conseguiremos progredir em segurança”, explicou aos jornalistas.

O responsável da GNR considerou prematuro quantificar os explosivos que estão no terreno, contando que, “a todo o momento”, está a ser encontrado material que é tratado “tecnicamente como tem de ser tratado”. “Não há noção exata do que ainda exista, mas não deve ser grande coisa porque a maioria rebentou”, acrescentou.

A PSP revelou que a empresa de pirotecnia Egas Sequeira  foi inspecionada em 2016, “não tendo sido detectada qualquer desconformidade com a lei”.

O presidente da Câmara de Lamego, Francisco Lopes, disse que o município tudo irá fazer para ajudar as famílias das pessoas que morreram nas explosões ocorridas nas fábrica.

“Na medida das possibilidades e dos recursos que estão ao nosso dispor, iremos tudo fazer para as ajudar a repor a sua vida normal. A cidade está de luto, estas freguesias particularmente estão de luto, posto que era uma família numerosa, de pessoas que eram respeitadas na freguesia e no concelho”, garantiu o autarca.

A Câmara de Lamego anunciou ter decretado três dias de luto municipal pela morte daquelas seis pessoas. As explosões ocorreram cerca das 17:50 (horário local) e deixaram destruída uma fábrica de pirotecnia em Avões, a escassos quilômetros de Lamego.

“As juntas de freguesia mostraram vontade de que esta tragédia fosse acompanhada pelo município para que eles também pudessem decretar luto e por a bandeira a meia haste nas instalações das juntas de freguesia do município, mostrando o nosso respeito e o nosso pesar a estas famílias que foram afetadas por esta tragédia tão grande”, revelou Francisco Lopes.

O autarca disse ainda aguardar com ansiedade que sejam encontradas todas as vítimas mortais e identificadas, para depois serem entregues às famílias. Uma das vítimas seria o proprietário da fábrica, local onde trabalhavam oito pessoas.

Francisco Lopes explicou também que o apoio psicológico tem sido dado pelo Instituto Nacional de Emergência Médica, pela Autoridade Nacional de Proteção Civil e ainda pela psicóloga da autarquia. “Tratam-se de casais jovens, com crianças pequenas, e tudo isso nos preocupa. Estamos a fazer esse acompanhamento permanente”, concluiu.

Também a central sindical CGTP lamentou o ocorrido em nota que divulga os últimos dados publicados pela ACT (Autoridade para as Condições do Trabalho), no primeiro trimestre deste ano, registraram-se “50 acidentes de trabalho graves”, dos quais 20 foram “mortais”, número considerado pela organização como “altamente preocupante”.

A CGTP-IN acrescenta que “considera inaceitável que em Portugal o trabalho continue a fazer tantas vítimas” e alerta para “a importância fundamental da prevenção dos riscos profissionais e da promoção da segurança e saúde em todos os locais de trabalho”.

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