Ciência e conhecimento determinarão futuro de Portugal como povo, diz presidente

Mundo Lusíada
Com Lusa

Pronunciamento do Presidente da República Portuguesa, no Palácio de Belém, 10 de julho de 2013. Foto PEDRO NUNES / LUSA
Foto PEDRO NUNES / LUSA

O Presidente português Aníbal Cavaco Silva, disse em Coimbra que o modo como Portugal desenvolver a ciência e o conhecimento determinará o futuro do país enquanto povo e comunidade de destino.

“O modo como desenvolvermos a ciência e o conhecimento ditará o que iremos ser no tempo que se aproxima enquanto povo e comunidade de destino”, afirmou o Presidente da República na cerimônia de entrega dos prêmios BIAL 2014, em 08 de abril.

E Portugal tem “unidades de investigação de excelência” e “cientistas de elevadíssima qualidade e prestígio internacional”, reforçou Cavaco Silva. A produção científica tem registrado “um progresso notável”, emergindo também aquilo que o Presidente denominou como “uma nova vaga do conhecimento, das ciências, da vida e da biotecnologia”.

O chefe de Estado exortou a que se dê visibilidade aos bons exemplos de investigação científica nestas áreas e incentivou que essa projeção seja replicada noutros setores.

Cavaco Silva falava na Faculdade de Medicina de Coimbra, na entrega dos Prêmios Bial, sessão que também contou com a presença dos ministro da Educação e Ciência e da Saúde, Nuno Crato e Paulo Macedo, respectivamente, da secretária de Estado da Ciência, Leonor Parreira, do bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, do reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, e do presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado.

Na sua intervenção, O Presidente da República deixou “uma palavra de grande apreço à Fundação Bial e ao seu presidente”, Luís Portela, pelo “extraordinário incentivo que, ao longo dos anos, têm dado ao estudo científico do ser humano”.

A ação desenvolvida por aquela instituição – e não apenas em torno dos Prêmios Bial, mas também através de “concursos de bolsas de investigação científica e de simpósios na área das neurociências” – faz com que seja considerada um exemplo, sustentou.

“Estamos, de fato, perante um exemplo, tão notável quanto consistente, da cultura que caracteriza a Bial”, afirmou o chefe de Estado, sublinhando que a ela se deve a “visão pioneira de uma parceria universidade-empresa e a um significativo investimento em I&D, concretizado, desde logo, na formação de uma equipa multinacional de investigadores de excelência”.

Para Cavaco Silva “dar visibilidade a estes bons exemplos, incentivando a que sejam replicados noutros lugares, é também um contributo para a concretização do nosso potencial na área da ciência e do conhecimento”.

O vencedor do Grande Prêmio Bial 2014, Miguel Seabra, não participou na sessão por “motivos de saúde”, explicou o presidente da Fundação Bial, Luís Portela.

O Grande Prêmio Bial de Medicina, no valor de 200 mil euros, foi entregue à equipe coordenada por Miguel Seabra, que se demitiu na terça-feira de presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia, alegando razões pessoais. Na sua mensagem, lida por José Ramalheira, Miguel Seabra afirma que a atribuição desta distinção é “um dos pontos mais altos” da sua carreira.

O trabalho premiado “Da descoberta do gene à terapia genética em 20 anos: o caso da coroideremia, uma degeneração hereditária da retina” é o resultado da investigação a uma doença genética rara, que afeta a retina e leva à cegueira de indivíduos do sexo masculino, sendo responsável por cerca de 4% dos casos de cegueira no mundo.

Miguel Seabra e a sua equipe descobriram que “doentes com coroideremia não têm a proteína REP-1, produzida a partir do gene CHM, cujas mutações causam a patologia”. Baseados em terapia génica, realizaram um ensaio clínico que envolveu a injeção de um pequeno vírus que transporta o gene CHM nas células da retina dos doentes. O vírus produz a proteína REP-1 em falta nessas células e assim impede o avanço da degeneração da retina.

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