Câmara de Lisboa atribuiu inundações a chuva atípica e oposição quer plano de drenagem

Túnel junto aos Pupilos do Exército em Lisboa, inundado após a forte chuva que caiu em 13 de outubro. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
Túnel junto aos Pupilos do Exército em Lisboa, inundado após a forte chuva que caiu em 13 de outubro. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Mundo Lusíada
Com agencias

A Câmara Municipal de Lisboa atribuiu as inundações na cidade à elevada precipitação, que classificou de atípica, defendendo que embora possa haver aspectos a melhorar as sarjetas e sumidouros se encontravam limpos. “A intensidade da chuva hoje foi superior a 22 de setembro, o último episódio semelhante na cidade”, disse à agência Lusa o vereador dos Espaços Públicos e Higiene Urbana, Duarte Cordeiro.

“Dificilmente uma cidade aguentaria, independentemente do suporte que tivesse ou não para drenar as águas”, afirmou, acrescentando houve “um rápido restabelecimento da normalidade”, assim que terminou de chover, neste dia 13 de outubro.

O vereador admitiu ser importante para a câmara a existência de um plano de drenagem, indicando que este instrumento “tem estado em marcha”. Considerou, porém, que situações como as provocadas pelas fortes chuvas nesta segunda não seriam colmatadas “só pela existência de um plano de drenagem”.

No que diz respeito à limpeza das sarjetas e sumidouros o vereador disse que pode haver circunstâncias em que não estão devidamente limpos, mas insistiu que na generalidade dos casos não foi esse o motivo das inundações.

A oposição na Câmara de Lisboa voltou a criticar o presidente da autarquia, António Costa, pelas inundações registradas durante a tarde, denunciando falta de limpeza das sarjetas e exigindo que o plano de drenagem avance.

“Nós não entendemos que a limpeza e a higiene urbana seja uma matéria de esquerda ou de direita, mas sim uma matéria de competência, e neste caso a Câmara de Lisboa tem sido claramente incompetente”, afirmou o presidente da concelhia de Lisboa do PSD, Mauro Xavier citando o plano de drenagem. “É importantíssimo implementar este plano de drenagem da cidade, que há sete anos que está na gaveta e que António Costa tem, mas não o implementa”, referiu.

Em resposta, o presidente da Câmara de Lisboa disse que “não existe solução” para as cheias na cidade. “O plano de drenagem não faz desaparecer estas situações. A solução não existe”, afirmou o autarca.

Situação
A chuva que se abateu sobre Lisboa atingiu os 34 milímetros numa hora, entre as 14:00 e as 15:00 local, valores considerados elevados e associados a um fenômeno temporário, mas de forte atividade, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Fonte do IPMA disse à Lusa que na rede de estações que o IPMA utiliza registraram valores de 34 milímetros (ou 34 litros) numa hora, superior aos verificados em 22 de setembro passado, quando uma outra forte chuvada se abateu sobre a capital.

Segundo um meteorologista do IPMA, a forte precipitação está associada à passagem de uma superfície frontal fria, “de forte atividade”. Nesta segunda sete distritos estavam sob aviso laranja, o segundo mais grave numa escala de quatro, devido a fortes chuvas.

Várias zonas da cidade ficaram inundadas durante a tarde, mas segundo os bombeiros, todas as vias estão já transitáveis. A baixa, Benfica, São Domingos de Benfica, Olivais e Misericórdia foram zonas onde se verificaram inundações, segundo os bombeiros. Parque das Nações, Estrela, Alvalade, Santa Clara, Campolide, Ajuda e Santo António foram outros locais afetados.

Na estação de Metro do Jardim Zoológico (Linha Azul), em Lisboa, a água chegou a inundar a plataforma. A estação de São Sebastião também não escapou a uma inundação, além de várias vias na cidade ficarem interditadas.

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