Agencia Lusa afasta diretor de informação e adjuntos pedem demissão

Da Redação

AgenciaLusaA direção de informação da Lusa demitiu-se, depois de o Conselho de Administração da agência ter decidido afastar o diretor de informação, Fernando Paula Brito, em funções desde 2011, e que se mantém em funções até 04 de outubro. O jornalista Pedro Camacho, que foi diretor da revista Visão, foi o escolhido para diretor de informação, devendo assumir funções em 05 de outubro.

Na sequência desta decisão, os diretores adjuntos — Nuno Simas e Ricardo Jorge Pinto, também em funções desde 2011 — apresentaram também a sua demissão “solidariamente”, o que representa a saída de funções de toda a direção de informação. Esta posição suscitou já uma tomada de posição dos editores da Lusa que enviaram para a administração um texto em que manifestam “incredulidade perante o momento escolhido”, consideram “inapropriado que se efetue uma alteração na direção de informação da Lusa nesta conjuntura” e lamentam “a fragilização da imagem da Lusa”.

O Conselho de Redação (CR) da Lusa questionou a presidente do Conselho de Administração da agência de notícias sobre a mudança no período pré-eleitoral e se o momento “não poderá ter uma leitura política”. O CR da Lusa esteve nesta quarta-feira reunido com a presidente do Conselho de Administração da empresa, Teresa Marques, que pediu um parecer sobre a nomeação.

Em comunicado, o CR refere que, durante a reunião, questionou Teresa Marques sobre o que a levou a mudar o diretor de informação no período pré-eleitoral e os motivos que estão na base dessa decisão, tendo “insistido na questão do momento da escolha de mudança de DI poder ter uma leitura política (há um mês das eleições)”.

Teresa Marques respondeu aos elementos do CR que “é fundamental que a Lusa se mantenha autónoma e independente” e que “não é fundamental é ouvir que a DI muda quando muda o Governo”.

A presidente do Conselho de Administração acrescentou que “é um momento difícil mas não político”, porque momento político seria se a mudança fosse a seguir às eleições, garantindo que “não vai haver um mínimo de alteração em relação à forma como vai ser feita a cobertura das eleições”.

Teresa Marques disse também ao CR que a Lusa tem de “aumentar receitas e reduzir custos e isso vai ser tudo menos reduzir pessoal”, sublinhando que a agência de notícias tem “capacidade interna para criar uma nova direção de informação”.

Teresa Marques explicou ainda ao CR que decidiu fazer uma reorganização da Lusa em simultâneo, abrangendo todas as áreas da Lusa e criando uma Direção Comercial e de Marketing.

Segundo Teresa Marques, tratou-se de “uma decisão de gestão”, na qual se englobou a mudança do atual DI, Fernando Paula Brito, que se mantém em funções até 04 de outubro.

“Não queremos ser colados à ideia de fazer mudanças porque houve uma mudança de Governo. Com este Conselho de Administração isso não acontece seguramente. Quem ganhar (as eleições) sabe que o Conselho de Administração tem um DI na Lusa”, disse Teresa Marques.

O CR da Lusa vai dar parecer sobre a destituição de Fernando Paula Brito e a nomeação de Pedro Camacho dentro de cinco dias.

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